Explico-me:
A) Do ponto de vista eclesial, o facto de conseguirmos chegar à elaboração de um Plano de pastoral mais abrangente, concretamente incluindo as Unidades Pastorais das três Vilas (Mondim, Cerva e Ribeira de Pena), significa que a nossa CONSCIÊNCIA ECLESIAL está mais madura, mais sólida. Na verdade, e como já está dito no texto do Padre Carlos Rodrigues, “ninguém é apóstolo sozinho”, ou seja, em Igreja não há, nem pode haver, “free lancers”, ou “franco-atiradores”, sob pena de vermos pervertida a alma e a essência da Igreja!
B) Do ponto de vista pastoral, é igualmente um avanço significativo, pois vai pondo fim ao tempo das “capelinhas” ou dos “ghetos pastorais”, ou, se quiserem, em termos mais populares, à chamada “paroquialite”... Pastoral de conjunto, em REDE, como também está dito no texto de introdução, quer nas Comunidades per si, tomadas individualmente, como pequenas porções do Povo de Deus, quer nas Unidades Pastorais ou nos Arciprestados, porções alargadas deste Povo. E, em tudo isto, muito graças à influência de S. Paulo, que este Ano Pastoral é figura de relevo, na vida e na obra missionária da Igreja. Assim, dizer que S. Paulo foi o maior dos Apóstolos de Jesus Cristo, não chega. É preciso dizer que ele continua a ser o Apóstolo dos grandes desafios, estupendamente actual, neste que é o nosso tempo, pleno de riquezas e misérias, como aliás no tempo de vida do Apóstolo.
Certamente que o leitor deste texto, chegado aqui, já se perguntou o porquê do título do mesmo: IN MEDIO VIRTUS.
Certamente que o leitor deste texto, chegado aqui, já se perguntou o porquê do título do mesmo: IN MEDIO VIRTUS.
Passo a explicar:
A) Na Antiguidade, Arquimedes afirmou: “Dai-me um ponto de apoio e eu levantarei o mundo!”. Ou seja, ele descobriu a importância nuclear do ponto intermédio – o tal ponto de apoio. Numa Diocese, entre aquilo a que poderíamos chamar a “cabeça”, ou “cúpula”, e a “base”,que são as Comunidades paroquiais, existe uma ESTRUTURA INTERMÉDIA, chamada Arciprestado, ou Vigararia, conforme a região do País. No Arquipélago dos Açores chama-se Ouvidoria. Ora, é esta estrutura intermédia, ou ponto de apoio, verdadeira porta de entrada e de saída, corredor obrigatório entre a “cabeça” e a “base”, e vice-versa, que está por valorizar entre nós. Os Arciprestes, ou Vigários da Vara, não podem ser meros “moços de recados”, nem o trabalho dos Arciprestados pode ser desvalorizado ou tido como de menor importância. Também aqui é necessário e urgente o trabalho em REDE. E o trabalho em REDE pressupõe o RESPEITO por todas as Pessoas, mais ou menos dotadas, assim como a VALORIZAÇÂO do esforço e do suor de todos. Porque todos somos igualmente Igreja. Quando descobrirmos e valorizarmos este “ponto de apoio”, ou estrutura intermédia, levantaremos o mundo. Ou seja, levantaremos a cabeça,
seguiremos firmes e confiantes na Missão que Jesus nos confiou: “Erguei-vos, e levantai a cabeça...”!
seguiremos firmes e confiantes na Missão que Jesus nos confiou: “Erguei-vos, e levantai a cabeça...”!
Padre Manuel Machado
Pároco de Atei, Mondim e Paradança