CIDADE DO VATICANO/SYDNEY, terça-feira, 30 de Outubro de 2007.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Jornada da Juventude de Sydney já tem Intercessores
CIDADE DO VATICANO/SYDNEY, terça-feira, 30 de Outubro de 2007.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Vaticano - Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para o Dia Mundial das Missões 2007
Todas as Igrejas para todo o mundo
Caros irmãos e irmãs,
por ocasião do próximo Dia Mundial das Missões, gostaria de convidar todo o Povo de Deus - Pastores, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos - a uma comum reflexão sobre a urgência e sobre a importância que reveste, também neste nosso tempo, a acção missionária da Igreja. Com efeito, não deixam de ressoar, como universal chamado e aflito apelo, as palavras com as quais Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado, antes de ascender ao Céu confiou aos Apóstolos o mandato missionário: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei”. E acrescentou: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,19-20). Na exigente obra da evangelização nos ampara e nos acompanha a certeza de que Ele, o Senhor da colheita, está connosco e guia sem descanso o seu povo. É Cristo a fonte inesgotável da missão da Igreja. Além disso, este ano um ulterior motivo nos impulsiona a um renovado compromisso missionário: de facto, celebram-se os 50 anos da Encíclica do Servo de Deus Pio XII Fidei donum, com a qual foi promovida e encorajada a cooperação entre as Igrejas para a missão ad gentes. “Todas as Igrejas para todo o mundo”: este é o tema escolhido para o próximo Dia Mundial das Missões. Este convida as Igrejas locais de cada Continente a uma compartilhada consciência acerca da urgente necessidade de relançar a acção missionária diante dos múltiplos e graves desafios do nosso tempo. Certamente mudaram as condições em que a humanidade vive, e nestas décadas um grande esforço foi realizado para a difusão do Evangelho, especialmente a partir do Concílio Vaticano II. Todavia, permanece ainda muito por fazer para responder ao apelo missionário que o Senhor não se cansa de dirigir a todo baptizado. Em primeiro lugar, ele continua a chamar as Igrejas assim ditas de antiga tradição, que no passado forneceram às missões, além de meios materiais, também um número consistente de sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, dando vida a uma eficaz cooperação entre comunidades cristãs. Desta cooperação nasceram abundantes frutos apostólicos, seja para as jovens Igrejas em terra de missão, seja para as realidades eclesiais das quais provinham os missionários. Diante do avanço da cultura secularizada, que às vezes parece penetrar sempre mais nas sociedades ocidentais, considerando, além disso, a crise da família, a diminuição das vocações e o progressivo envelhecimento do clero, essas Igrejas correm o risco de fechar-se em si mesmas, de olhar com reduzida esperança para o futuro e de refrear seu esforço missionário. Mas é justamente este o momento de abrir-se com confiança à Providência de Deus, que nunca abandona o seu povo e que, com a potência do Espírito Santo, o guia em direcção à realização do seu eterno desígnio de salvação. Para dedicar-se generosamente à missio ad gentes, o Bom Pastor convida também as Igrejas de recente evangelização. Mesmo encontrando não poucas dificuldades e obstáculos em seu desenvolvimento, essas comunidades estão em crescimento constante. Algumas abundam felizmente de sacerdotes e de pessoas consagradas, não poucos dos quais, mesmo sendo tantas as necessidades in loco, todavia são enviados a desempenhar seu ministério pastoral e seu serviço apostólico em outro lugares, também nas terras de antiga evangelização. Deste modo, assiste-se a um providencial “intercâmbio de dons”, que redunda em benefício de todo o Corpo místico de Cristo. Auspicio vivamente que a cooperação missionária se intensifique, valorizando as potencialidades e os carismas de cada um. Além disso, faço votos para que o Dia Mundial das Missões contribua a tornar sempre mais conscientes todas as comunidades cristãs e todo baptizado de que o chamado de Cristo a propagar o seu Reino até os extremos ângulos do planeta é universal. “A Igreja é missionária por natureza - escreve João Paulo II na Encíclica Redemptoris missio -, porque o mandato de Cristo não é algo de contingente e exterior, mas atinge o próprio coração da Igreja. Segue-se daí que a Igreja toda e cada uma das Igrejas é enviada aos não cristãos. Mesmo as Igrejas mais jovens, precisamente « para este zelo missionário florescer nos membros da sua pátria », devem « participar o quanto antes e de facto na missão universal da Igreja, enviando também elas, por todo o mundo, missionários a pregar o Evangelho, mesmo se sofrem escassez de clero» (n. 62). Há cinquenta anos do histórico apelo do meu predecessor Pio XII, com a Encíclica Fidei donum para uma cooperação entre as Igrejas a serviço da missão, gostaria de reiterar que o anúncio do Evangelho continua a revestir os caracteres da actualidade e da urgência. Na citada Encíclica Redemptoris missio, o Papa João Paulo II, por sua vez, reconhecia que “a missão da Igreja é mais vasta que a « comunhão entre as Igrejas »: esta deve ser orientada não só para auxiliar a reevangelização, mas também e sobretudo na direcção da acção missionária específica” (n. 64). O compromisso missionário permanece, portanto, como mais vezes reiterado, o primeiro serviço que a Igreja deve à humanidade de hoje, para orientar e evangelizar as transformações culturais, sociais e éticas; para oferecer a salvação de Cristo ao homem do nosso tempo, em tantas partes do mundo humilhado e oprimido por causa de pobrezas endémicas, da violência e da negação sistemática dos direitos humanos. A Igreja não pode subtrair-se a esta missão universal; a missão reveste para a Igreja uma força obrigatória. Tendo Cristo confiado em primeiro lugar a Pedro e aos Apóstolos o mandato missionário, este hoje compete primeiramente ao Sucessor de Pedro, que a Providência divina escolheu como fundamento visível da unidade da Igreja, e aos Bispos directamente responsáveis pela evangelização, seja como membros do Colégio episcopal, seja como Pastores das Igrejas particulares (cfr Redemptoris missio, 63). Por conseguinte, dirijo-me aos Pastores de todas as Igrejas postos pelo Senhor à frente do único seu rebanho, para que compartilhem o estímulo do anúncio e da difusão do Evangelho. Foi justamente esta preocupação a impulsionar, cinquenta anos atrás, o Servo de Deus Pio XII a tornar a cooperação missionária mais respondente às exigências dos tempos. Especialmente diante das perspectivas da evangelização, ele pediu às comunidades de antiga evangelização que enviassem sacerdotes em auxílio das Igrejas de recente fundação. Deu vida assim a um novo “sujeito missionário” que, desde as primeiras palavras da Encíclica, extraiu precisamente o nome de “Fidei donum”. Escreveu a propósito: “Considerando, de um lado, a imensa multidão de nossos filhos que, principalmente nas regiões possuidoras há muito do nome cristão, participam dos benefícios da fé divina; por outro, porém, reconhecendo ser incomparavelmente maior o número dos que, até hoje, aguardam o mensageiro da salvação, desejamos ardentemente, veneráveis irmãos, exortar-vos sempre mais a sustentar com todo empenho a causa santíssima que tem por fim a propagação, por todo o orbe da terra, da Igreja de Deus”. E acrescentou: “Façam nossas exortações que o espírito de apostolado missionário surja e floresça com maior ardor nas almas dos sacerdote e, por seu ministério, infunda-se em todos os fiéis!” (AAS XLIX 1957, 226).Agradeçamos ao Senhor pelos frutos obtidos desta cooperação missionária na África e em outras regiões da terra. Inúmeros sacerdotes, após deixar as comunidades de origem, depositaram suas energias apostólicas ao serviço de comunidades que, às vezes, acabaram de nascer, em zonas de pobreza e em desenvolvimento. Entre eles estão não poucos mártires que, ao testemunho da palavra e à dedicação apostólica, uniram o sacrifício da vida. Nem podemos esquecer os muitos religiosos, religiosas e leigos voluntários que, junto aos presbíteros, se prodigalizaram para difundir o Evangelho até os extremos confins do mundo. Que o Dia Mundial das Missões seja ocasião para recordar na oração esses nossos irmãos e irmãs na fé e as pessoas que continuam a prodigalizar-se no vasto campo missionário. Peçamos a Deus que seu exemplo suscite em todos os lugares novas vocações e uma renovada consciência missionária no povo cristão. Com efeito, toda comunidade cristã nasce missionária, e é justamente sobre a base da coragem que se mede o amor dos fiéis por seu Senhor. Poderemos assim dizer que, para cada fiel, não se trata simplesmente de colaborar para a actividade de evangelização, mas de sentir-se eles mesmos protagonistas e co-responsáveis da missão da Igreja. Esta co-responsabilidade comporta que cresça a comunhão entre as comunidades e se incremente a ajuda recíproca no que concerne seja aos membros (sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos voluntários), seja à utilização dos meios hoje necessários para evangelizar. Caros irmãos e irmãs, o mandato missionário confiado por Cristo aos Apóstolos nos envolve realmente a todos. Que o Dia Mundial das Missões seja, portanto, ocasião propícia para se consciencializar mais profundamente e para elaborar juntos apropriados itinerários espirituais e formativos que favoreçam a cooperação entre as Igrejas e a preparação de novos missionários para a difusão do Evangelho neste nosso tempo. Todavia, não se deve esquecer que a primeira e prioritária contribuição que somos chamados a oferecer à acção missionária da Igreja é a oração. “A colheita é grande, mas os operários são poucos - diz o Senhor -. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para sua colheita” (Lc 10,2). “Escrevia cinquenta anos atrás o Papa Pio XII, de venerada memória: “Elevai sempre mais a Deus, veneráveis irmãos, instantes preces. Reflecti atentamente sobre tantos povos, quase inumeráveis, mergulhados em angústias espirituais, por ainda vaguearem longe do caminho da verdade, ou por lhes faltarem os meios de perseverar” (AAS, cit., pag. 240). E exortava a multiplicar as Colheitas celebradas pelas Missões, observando que deste modo concordaria “assim com os desejos do Senhor, que ama sua Igreja e a quer viva e dilatada por todo o mundo” (ibid., pag. 239).Caros irmãos e irmãs, renovo também eu este convite mais actual do que nunca. Que se estenda em cada comunidade a coral invocação ao “Pai nosso que estás nos céus”, para que venha o seu reino sobre a terra. Faço apelo particularmente às crianças e aos jovens, sempre prontos a generosos ímpetos missionários. Dirijo-me aos doentes e aos sofredores, recordando o valor de sua misteriosa e indispensável colaboração à obra da salvação. Peço às pessoas consagradas, e especialmente aos mosteiros de clausura, que intensifiquem sua oração pelas missões. Graças ao esforço de cada fiel, se alargue em toda a Igreja a rede espiritual de oração em suporte da evangelização. Que Nossa Senhora, que acompanhou com materna solicitude o caminho da Igreja nascente, guie os nossos passos também nesta nossa época e obtenha para nós um novo Pentecostes de amor. Em particular, que nos torne a todos conscientes de ser missionários, ou seja, enviados pelo Senhor para ser suas testemunhas em cada momento da nossa existência. Aos sacerdotes “Fidei donum”, aos religiosos, às religiosas, aos leigos voluntários comprometidos nas fronteiras da evangelização, assim como às pessoas que de várias maneiras se dedicam ao anúncio do Evangelho, garanto uma recordação quotidiana na minha oração, enquanto ofereço com afecto a todos a Bênção Apostólica.
Do Vaticano, 27 de Maio de 2007, Solenidade de Pentecostes.
BENEDICTUS PP. XVI
sábado, 13 de outubro de 2007
Diocese Vila Real prepara Ano Pastoral com mais atenção à Palavra
Esse tema havia sido sugerido por muitas Conferências Episcopais. Aconselha este tema a Eucaristia, tema do último Sínodo e com a qual está intimamente unida a Palavra; aconselham-no as «Assembleias dominicais na ausência do presbítero» que vão multiplicar-se; aconselha-o o interesse generalizado pela Bíblia, seja por intuitos comerciais sejam até pela acção das seitas; aconselha--o a catequese que se deve ser cada vez mais bíblica; aconselham-no os vários movimentos de espiritualidade; aconselha-o o movimento ecuménico entre as Igrejas cristãs.
Os bispos diocesanos já receberam de Roma um texto preparatório do Sínodo e é sobre esse texto que a nossa diocese é convidada a pronunciar-se para ajudar a preparar o texto definitivo no interior do Sínodo.
Por essa razão, o tema do ano pastoral que principia em Outubro e se prolonga até Julho de 2008 será: «A Igreja vive do Verbo»: a Igreja escuta, contempla, come, canta, celebra e difunde a Palavra.
II – Algumas acções devem ser feitas em cada paróquia de modo que se atinjam determinados objectivos:
a) A Palavra de Deus é uma pessoa – Jesus Cristo. Ele é o Verbo, a Palavra eterna. Todo a revelação do Antigo Testamento converge para Jesus e tudo o que é posterior explícita a mensagem de Jesus. Tanto a Bíblia escrita como a Tradição da Igreja são duas fontes que conduzem à única fonte – Jesus.
b) Em cada família haja uma Bíblia ou ao menos o Novo Testamento.
c) Aproveitar os tempos litúrgicos fortes (Advento-Natal, Quaresma-Páscoa) para despertar sentimento de afecto pela pessoa de Jesus, o Verbo do Pai, colocando a Bíblia junto do Presépio e junto da Cruz.
d) Na pregação recorrer mais abundantemente à Palavra de Deus, narrando episódios bíblicos, não se limitando a retirar do texto bíblico os aspectos éticos (como recomenda Bento XVI), e ultrapassando a especulação escolástica.
e) Na celebração dos sacramentos insistir que a Palavra é que ilumina e fecunda o gesto sacramental.
f ) Durante o ano, em todas as paróquias far-se-ão cursos de iniciação ou aprofundamento bíblico sobre uma série de pressupostos da Palavra de Deus de modo que se torne claro o que é a Bíblia escrita e suas divisões gerais; a relação da Bíblia com a Igreja, quer na selecção dos livros quer na sua interpretação; distinguir a informação científica e história dos factos bíblicos e a interpretação espiritual dos mesmos factos e textos; a Palavra de Deus na Tradição apostólica; o Catecismo da Igreja Católica; o Missal e o Leccionário, os Rituais.
Não deve haver um catequista nem um crismando que não tenha noções gerais claras sobre esta variedade de livros e suas relações mútuas
g) Tentar exercícios específicos para os Leitores da celebração eucarística. Há paróquias exemplares, mas há outras que estão em zero: não há nenhuma compreensão do texto, nem capacidade de proclamação. Ninguém tem direito de «proclamar as leituras», mas só quem tiver capacidade, a juízo do pároco. Os pastores devem ser educadores e exigentes.
h) Também os salmistas e os grupos corais devem cingir-se aos cânticos com letra bíblica e música de compositores sacros, evitando cânticos de sentimentos vagos e moralistas.
i) Outro exercício a desenvolver em alguns grupos voluntários mais restritos é a lectio divina, como exercício meditativo e orante.
j) Promover colecção de frases que constituem adágios e ditos de sabedoria extraídos da Bíblia frequentemente utilizadas, tais como «os últimos são os primeiros», «quem se humilha será exaltado», «o óbulo da viúva», «pobre como Job», «regresso como o pródigo», «ser como Tomé», «fechado a sete chaves», etc. Este exercício pode ser feito com grupos de jovens, nomeadamente nos escuteitos, e despertá-los para outros sectores apropriados à sua problemática como seja o conhecimento dos muitos símbolos de plantas e de animais e a leitura da Criação.
l) Em grupos de estudantes, poderá reflectir-se na presença da Bíblia no mundo artístico. Há artistas (escritores, pintores, cineastas) que utilizam a Bíblia com grande profundidade religiosa (Gil Vicente, Camões, Claudel). Outros recorrem aos textos e factos bíblicos para um uso meramente estético. São os chamados «devotos laicos» da Bíblia, tais como Miguel Torga, Pasolini, o autor de «Jesus super-star» e outros. Mesmo assim, testemunham que a Bíblia é um «grande código», fonte de sabedoria e de beleza literária que nenhum homem culto ignora e, por isso, ela oferece recursos extraordinários para a vida do mundo e da Arte.
m) Nas paróquias retomar a norma canónica de oferecer aos fiéis alguns dias de pregação sistemática (c. 770).
III – Para o Clero e Professores de Educação Moral e Religiosa Católica devem organizar-se encontros especiais sobre esta temática.
Vivemos uma civilização da palavra, de muita palavra (escrita, falada, gravada) e por isso bastante desvalorizada, uma civilização tagarela. Mais uma razão para valorizar a Palavra eterna, a Palavra de Deus, sem a qual seríamos uma Igreja surda e muda, esmagada pelo mundo. A Palavra de Deus enche a Igreja do Senhor, de que são sinais visíveis o clássico púlpito e o ambão litúrgico.
D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real
Unidade Pastoral | Atei - Mondim - Paradança
Preâmbulo
Igreja Matriz da Paróquia de S. Jorge de Paradança
À semelhança do que fizemos para as igrejas de Atei e de Mondim, recorremos ao sítio da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) na Internet – www.monumentos.pt – para obter informações, de natureza patrimonial, relativas a este edifício. São responsáveis pelo seu conteúdo, Ricardo Teixeira e António Dinis (2000) que assumem ser desconhecido o eventual, ou eventuais, autor(es) do projecto bem como a data da sua construção original. Porém, pelas suas características – arquitectura religiosa barroca – é provável que tenha sido iniciada no século XVIII.
No referido sítio, na Internet, a tipologia da edificação, e o seu local de implantação, são assim descritos: rural, isolada, num largo empedrado a cubos de granito, na confluência de caminhos da povoação; possui adro térreo, circuitado por muro em alvenaria de granito, com entrada frontal e lateral cerradas por portão de ferro; no interior [do adro], frente à igreja, erguem-se 2 imponentes japoneiras e 2 cruzes de calvário, em granito.
A construção, de planta longitudinal, é composta por uma nave única e uma capela-mor, com sacristia adossada a Este. As fachadas, em cantaria de granito, de aparelho em fiadas irregulares, percorridas por embasamento avançado e friso e cornija saliente, com pilastras nos cunhais coroados por pináculos piramidais e esfera (…). A fachada principal, voltada a sul, tem inscrita a data de 1776. A pilastra do lado nascente é coroada por um relógio de sol.
O interior é rebocado e pintado de branco com silhar de azulejos (…). Nave com coro-alto sobre 2 mísulas de pedra com balaustrada de madeira, envernizada; sub-coro com escada de caracol, do lado da Epístola. Lateralmente, (…) pia de água benta, gomada, a ladear a porta para o exterior, do lado da Epístola, e púlpito de base rectangular sobre mísula ornamentada com volutas, balaústres de madeira e escada de pedra com corrimão em ferro, no lado oposto.(…). Pavimento em mosaico, de motivo axadrezado, e tecto em masseira, de madeira, sobre cornija de pedra. (…). Retábulo de talha policroma, branca, dourada e marmoreada verde e castanha, de planta rectangular e um só eixo vertical, com trono eucarístico cerrado por tela pintada com a imagem do padroeiro São Jorge, entre duas mísulas (…).
Os mesmos autores consideram como “sinais particulares” o facto de a sacristia ter 2 pisos, o que é, na sua opinião, pouco comum no distrito, e destacam a qualidade dos equipamentos em pedra, nomeadamente a pia baptismal com taça monolítica octogonal, a pia de água benta que ladeia a porta lateral, a base do púlpito e o lavabo da sacristia. Por fim, referem-se aos retábulos como sendo em revivalismo neoclássico.
Referências Bibliográficas:
LOPES, Eduardo Teixeira, Mondim de Basto Memórias Históricas, Mondim de Basto, 2000, p. 389 - 418.
Igreja Matriz da Paróquia de S. Cristóvão de Mondim de Basto
De acordo com o Inventário Digital da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) – consultável na Internet a partir do sítio www.monumentos.pt – não se conhece a data nem o autor do desenho original do edifício da Igreja Matriz da comunidade paroquial da freguesia de Mondim de Basto. Porém, a partir das suas características e das datas das primeiras referências escritas que se conhecem, pode conjecturar-se que tenha sido iniciada no século XIV, da qual se mantém a porta ogivada (gótica) existente no alçado norte.
No referido Inventário, António Dinis (2002) e Paula Noé (2004), descrevem assim o edifício: Igreja de raíz medieval, de que se conservou o portal norte, em arco quebrado, com arquivoltas de decoração vegetalista e em torso, sobre impostas, e uma fresta, ampliada e reformada nos séculos XVIII e XIX, como é notório no vão entaipado, alteamento da cornija e aparelhos distintos da fachada norte, mas também pelo tratamento da fachada principal e respectivos vãos.
O edifício não tem, portanto, um estilo distintivo, sendo a sua arquitectura e motivos decorativos góticos - os elementos mais antigos - e barrocos - as intervenções mais “recentes” de que se destaca, pela sua qualidade, a construção, no século XVIII, da Capela do Sagrado Coração de Jesus. O Inventário da DGEMN descreve esta capela lateral do seguinte modo: adossada a sul, com um tratamento mais erudito [relativamente ao resto do edifício] de fachadas terminadas em alto friso e cornija moldurada, pilastras nos cunhais e com óculo e portal virado a este, de moldura recordada, com jogos côncavos e convexos, encimado por frontão de lances com volutas interrompido por concha e motivo alusivo ao orago no tímpano. Interiormente possui cobertura em falsa abóbada de berço, integrando ao centro clarabóia, ambos com decoração policroma barroca e retábulo rococó.
Do interior do edifício, os responsáveis pelos textos do Inventário da DGEMN destacam o retábulo-mor de talha dourada, barroco joanino; o baptistério – taça de granito, monolítica e octogonal – no “lado do Evangelho”; os confessionários embutidos; o antigo púlpito, do “lado da Epístola”; o coro-alto; e os retábulos, lateral e colaterais, de talha polícroma, de decoração sóbria, neo-clássica. De destacar ainda, na sacristia norte, o belíssimo trabalho de cantaria do lava-mãos ali existente.
Referências Bibliográficas:
LOPES, Eduardo Teixeira, Mondim de Basto Memórias Históricas, Mondim de Basto, 2000, pp. 271 - 337.
Igreja Matriz da Paróquia de S. Pedro de Atei
À semelhança do que ocorre com as mais antigas igrejas e capelas do nosso concelho, desconhece-se a data e o autor, ou autores, do edifício desta belíssima sede paroquial. Ricardo Teixeira e Paulo Amaral (1997) e Joaquim Gonçalves (2004), responsáveis pelos dados que, relativamente à igreja matriz de Atei, constam do Inventário que a Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) tem no seu sítio na Internet - www.monumentos.pt - descrevem-na como uma igreja românica rural, de uma nave e cabeceira simples, rectangulares, reformulada no século XIX, à qual se adossou capelas colaterais e se fizeram altares, de talha policroma, neoclássicos, referindo, como período provável da sua construção original, o século XIV.
A importância relativa desta igreja, atestada pela sua dedicação a S. Pedro... advirá não apenas da tradição mas da sua particular localização geográfica, de transição entre o Alto e o Baixo Tâmega.
De acordo com o sítio da DGEMN, referido no primeiro parágrafo, do seu exterior destaca-se a frontaria, voltada a poente: um portal axial, simples, de duas arquivoltas, de arco abatido, decoradas com dentes de serra, círculos, meandros. Ladeando-as implantam-se duas mísulas de um anterior alpendre.Por sua vez, as fachadas norte e sul, de embasamento escalonado, têm dois portais, simples, com uma arquivolta, de arco abatido, decorada com dentes de serra, círculos, meandros, ornamentação em espinha e figurações humanas toscas.Do ponto de vista decorativo consideram os mesmos autores que os elementos arquitectónicos românicos são técnica e tematicamente rudimentares, reveladores da sua época tardia, com a ressurgência de temas muito antigos (meandros, espirais, etc.).
Os portais norte e sul ostentam, aliás, uma decoração curiosa, composta de globos (bolame), semelhantes a olhos vazados, figuras humanas jazentes e setas (espinha de peixe) o que tem sido interpretado como uma alusão à célebre Lenda dos Sete Condes, referência que o Inventário da DGEMN não contempla. Factual e histórica é a construção, no século XVI, da Capela dos Condes, atribuída a uma iniciativa da Casa de Cantanhede.
Aspectos muito interessantes, relativamente ao envolvimento exterior, são também a proximidade com a residência paroquial e, muito particularmente, com a torre sineira, construção independente do edifício, como é característico do românico.
Os responsáveis pelo conteúdo das páginas digitais que, relativas à igreja matriz de Atei, integram o Inventário da DGEMN, registam que o interior é iluminado por uma fresta colocada sobre o pórtico principal e por janelas altas, de vão rectangular, gradeadas e envidraçadas, colocadas nas paredes laterais da nave e capela-mor, complementadas por janelas mais pequenas que iluminam os altares das capelas laterais. O tecto da nave e capelas é em madeira de duas águas, e o da capela-mor curvo. Arco triunfal de volta perfeita, liso. Capela-mor com altar em talha pintada e dourada.
Referências Bibliográficas:
ATEI, in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 3, Lisboa, s.d., p. 635 - 636;ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Arquitectura Românica de Entre-Douro-e-Minho, vol. 2, Porto, 1978, p. 192;LOPES, Eduardo Teixeira, Mondim de Basto, Memórias Históricas, Mondim de Basto, 2000, p. 131.